VILLA-LOBOS E TOM JOBIM
VILLA-LOBOS
VILLA-LOBOS
Live 123 Juliana Ripke - Intensivão CulturaEmCasa - 13/10
"Canção de amor", "Canção do amor demais", "Choro Bandido" (Arr. Juliana Ripke)
"Ária da Bachianas Brasileiras n.5" (Villa-Lobos), "Passarim" (Tom Jobim) (Arr. Juliana Ripke)
A influência de Heitor Villa-Lobos (1887-1959) em compositores de música popular brasileira, especialmente Antonio Carlos Jobim (1927-1994), é algo já bastante comentado, tornando-se praticamente um senso-comum. Apesar disso não encontrávamos, ainda, trabalhos de análise voltados de forma aprofundada para esta comparação entre obras dos dois compositores, além de outros aspectos. Esta seção, portanto, é dedicada exclusivamente à minha pesquisa de doutorado na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (com apoio de bolsa da FAPESP) sob orientação do prof. Dr. Paulo de Tarso Salles. Nessa pesquisa estudo e analiso (com diferentes ferramentas) os diversos aspectos das conexões entre os compositores Villa-Lobos e Tom Jobim (bem como entre Villa-Lobos e compositores da canção popular brasileira de câmara posteriores a ele, como Chico Buarque, Edu Lobo, dentre outros). Aqui, podemos encontrar meus artigos, arranjos que foram feitos e gravados especialmente para demonstrar as conexões entre obras dos dois compositores, lives, e futuramente a tese completa.
“Um dia, mais tarde, apareceu lá em casa um disco, estrangeiro, dos choros n. 10 regido pelo maestro Werner Jansen, peça sinfônica com coral mixto, obra erudita. Quando o disco começou a tocar eu comecei a chorar. Ali estava tudo! A minha amada floresta, os pássaros, os bichos, os índios, os rios, os ventos, em suma, o Brasil. Meu pranto corria sereno, abundante, chorava de alegria, o Brasil brasileiro existia e Villa-Lobos não era louco, era um gênio. E comecei a entender mais o que Mário de Andrade dizia, e comecei a estudar o Villa.
[...] Um dia o maestro Leo Peracchi, meu amigo e mestre, me levou à casa do Villa, na Araújo Porto Alegre, em cima do café na vermelhinho” (JOBIM, 1987).
“Nós tivemos que inventar o Brasil, o Brasil não existia. Quer dizer, eu, quando fui inventar o Brasil, o Brasil já estava inventado. Mas, pessoas antes de mim tiveram que inventar o Brasil. O Villa-Lobos teve que inventar o Brasil, o Portinari...Tiveram que inventar a língua inclusive. Estava conversando ali com nosso amigo, professor de português: essas palavras indígenas que nós temos não existem no português de Portugal. Então, a gente tinha que fazer uma música brasileira. E isso aí, para eu dizer porque é que eu fiz isso, é muito simples: porque eu nasci aqui” (JOBIM, 1993).